O Projeto Arte em Aberto prossegue com a palestra
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Cinema marginal? Sem essa, aranha! – Cinema de Poesia e Invenção,
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Após dois eventos memoráveis, convidamos a tod@s para uma incursão no "cinema marginal", conduzida por um dos mais inquietos e instigantes artistas visuais de Brasília, Elyeser Szturm.
Este cinema pode ter seu marco inaugural situado no filme O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla, muito embora esse lance cinematográfico seminal adote, crucialmente, estratégias tropicalistas. Um ano antes, um precursor "inculto (naïf) e belo": A Margem, de Ozualdo Candeias. Em 1969 surge, enfim, o marginal (im?!)propriamente dito, com O Anjo Nasceu e Matou a Família e Foi ao Cinema, ambos de Júlio Bressane, e A Mulher de Todos, de Sganzerla – precedidos, é verdade, por uma jogada assombrosamente antecipatória de Glauber Rocha, o filme Câncer (filmado em 1968 mas só montado em 1972).
O clímax da fertilidade udigrúdi (como Glauber batizou, sarcasticamente, o movimento) está no curto período de funcionamento da produtora Belair (1970), quando Bressane e Sganzerla realizam sete longas, exilando-se do país em seguida. Diversos outros nomes vão explorar, pelo menos até 1973, veredas estéticas próximas às por eles estabelecidas, tais como Neville de Almeida, André Luiz de Oliveira, Sylvio Lanna, Ivan Cardoso e José Agrippino de Paula.
O "cinema marginal" corresponde a um momento de desencanto que sucede às altas expectativas político-sociais que alimentaram o cinema novo – e mesmo ao embaralhamento e questionamento que o tropicalismo operou, com "alegre relativismo", sobre os elementos contraditórios da cultura brasileira.
Ao abrir mão das balizas da linearidade narrativa e da legibilidade segura, os filmes udigrúdi penetram em um território precário, dilacerante e desprovido de certezas, de onde engendram uma poesia áudio-visual da busca sem amarras, do auto-questionamento permanente, da reinvenção (afinal, jubilosa) do cinema.
Elyeser Szturm, professor do Instituto de Artes da UnB, vai nos levar à eletrizante descoberta da experiência cinematográfica dita marginal, uma das maiores contribuições brasileiras ao cinema do mundo, começando por instalar uma suspeita em relação a essa denominação.
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francisco k
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Cinema marginal? Sem essa, aranha! – Cinema de Poesia e Invenção,
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por Elyeser Szturm.
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SEBINHO
Data: 27/4 (sexta), às 19 h., na Livraria Sebinho (406 Norte, Bl. C)
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