A VOZ SEM BORDA DO RUBI
Cantaré lo insigne, lo nuevo, lo que ninguna boca ha cantado
HORACIO ( 65-8 a. C. )
Em uma aula-espetáculo na Escola de Música de Brasília, um aluno de percussão erudita
pergunta ao Hermeto Pascoal: Como era a relação de sua música tão inventiva com a
mídia? O Hermeto foi conciso: “minha mídia é o cosmos”. São com as palavras do mestre
maior Hermeto, que inicio este texto para falar sobre um dos maiores intérpretes da canção
popular no Brasil: RUBI. Seu cantar situa-se ali, entre Mário Reis e Orlando Silva, entre
João Gilberto e Caetano Veloso, entre Chet Baker e Prince. Quando o Rubi elege uma canção
do Cazuza, Renato Russo, Caetano Veloso ou Bono Vox, sua interpretação vai muito além
destes, porém, sem diminui-los, já que a generosidade é uma traço forte e clássico na
trajetória de vida e profissional do Rubi. Ao interpretá-los, percebe-se sempre o contrário,
estes compositores-intérpretes citados, tornam-se ainda maiores do que já são com as
interpretações-epifanias do Rubi. Ele supera o próprio Ney, que é uma pedra fundadora
em suas predileções estéticas ao aglutinar voz , arte e atitude.
É inacreditável como a voz mais polida do topo da nação ainda vive fora das rádios e tvs,
embora esporadicamente nosso Rubi-Kiriku, frequente as telas de tvs e as ondas do rádio
e suas músicas toquem em alguma novela. Sempre acretidei na máxima de que o que é bom,
é para muita gente ( pelo menos no território da canção popular no Brasil). Foi assim com Noel
Rosa, com Araci de Almeida, com Cauby Peixoto, com Francisco Alves, Orlando Silva, Roberto
Carlos, Odair José, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Marisa Monte, entre vários.
O que há de errado na era da revolução tecnológica? Será que a rede anda furada?
Será que a pedra fina RUBI, terá sempre que ser acolhida em peneiras como os diamantes?
O que falta ao Rubi, para ocupar o centro da indústria cultural com sua voz de artesanato?
Será que a terra do Restart ( os Menudos da pós-modernidade ) e do Luan Santana,
onde Otto pula, repetirá o feito da descoberta do Rubi como fez com a pantaneira Helena
Meirelles, lançada para o grande público tardiamente aos sessenta e sete anos de idade.
Quando é que a massa comerá o biscoito fino vaticinado pelo Oswald de Andrade?
Tenho clareza que o público do Arlindo Cruz, do Seu Jorge, da Adriana Calcanhoto, do Otto,
do Mundo Livre S/A, do Diogo Nogueira, acolheria perfeitamente o canto engenhoso do RUBI.
O que impede a chegada da obra do Rubi até estes públicos?
Seria muita prepotência afirmar que o Rubi é um dos maiores cantores do mundo?
Já vi shows com ele a a Elza Soares, onde os dois, ficavam pau a pau em grandezas.
A Elza Soares, como todos sabem, foi considerada pela rádio BBC de Londres,
como a maior cantora do mundo.
A voz do Rubi nos lança no cosmos.
Este texto, seria para falar do show do Rubi,
no dia 28 de abril, do ano da graça de 2011,
no Teatro Yara Amaral, que fica no SESI de Taguatinga,
Distrito Federal, onde o público saiu da sala de concerto
a dois palmos do chão
e cada vez mais acreditando
no humano, demasiado pós-humano.
Paulo kauim
.
prezado
poeta
pernambucano
urbano
candango
universal
paulo
severino (de muitas sesmarias)
biu soares kauim
do rap
do samba
artista subversivo
do super verso
erudito popular
das velhas e novas mídias
semeador de saberes
do porvir
da educação pela pedra do reino do coração...
obrigado pela deferência.
abraço.
valdério costa
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