Meu amor periferia ( para Adeilton Lima )
Após ter lido o texto Adeus, Caliandras!, de Adeilton Lima, motivado por suas provocações, resolvi escrever estas linhas.
Diante de tanta barbárie que vem acontecendo diariamente pelo mundo, pelo Brasil e em nossa cidade com alunos de quinta e sexta séries, riscando os carros dos professores, delinquentes sob o uso de craque, espalhando terror pelas superquadras, o cine Brasília abandonado, as poltronas do teatro nacional detonadas e a escola fajuta integral do DF. Diante de tudo isso, só a arte, nossa eterna parceira, aparece para nos salvar. Ela como afirma o Nietzsche: é um tônico e não um narcótico. Tem sido na periferia onde a arte tem pulsado em uma constelação de focos espalhados em diversos lugares. Seja no quintal da casa do pai do Paulo Delegado em Taguatinga, ouvindo duas bandas tocarem o melhor do rock com direito a várias canjas. Entre Taguatinga e Say Land, acontece o furioso sarau do grupo POEME-SE, guiado pelos poetas: Margô, Rego Júnior, Haroldo e Alisson ( leitores de Foucault e Benjamin ).
Um dos shows mais comoventes que vi em toda minha vida, foi o da turnê do último CD da Ângela Roro no teatro Paulo Autran em Taguatinga. O genial Grupo Bongar Coco da Xanbá, conheci-senti no teatro Yara Amaral em Taguatinga. Fiquei muito comovido ao ouver-sentir Ellen Oléria inaugurando o belo teatro no SESC da Say Land, para um público que nunca havia tido contato com a sua performance e suas composições. Neste mesmo teatro do SESC da Say Land ( que me lembra muito o Lincon Center de Nova Iorque ), vi recentemente o epifânico show de lançamento do DVD do GOG e seus vários convidados e vi também as gravações para uma emissora de tv do artista cearense radicado no Rio de Janeiro, Ednardo ao lado do violão do mestre-dos-metres Manassés.
Foi em Taguatinga, no aniversário de seus cinqüenta anos, onde vi o filme POESIA DO BARRO ( documentário sobre seus poetas ).
Há uma revolução acontecendo pelo subterrâneo que não será televisionada nem por TV a cabo.
Quase fui às lágrimas ao ver o encontro do GOG, REI e JAMAIKA no mesmo palco. Virando as páginas da história da estória dos otários que ainda insistem em dividir. Mas como afirma o GOG: esse papo que o mal vai vencer o bem, isso é papo de vendedor de seguros.
Foi em um quintal na Chaparral onde celebramos o aniversário da Help entre poemas na parede da Leila Miccolis e do Nicolas Behr. Encontrei o Nicolas Behr no tributo feito ao Pezão em novembro de 2008 em Taguatinga.
Querido mano Adeilton, os dados estão rolando em Satélites, poemas e ações.
Foi no SARAU DA COOPERIFA ( “o novo possível quilombo de Zumbi”), na periferia de São Paulo, onde vi mais livros do que na USP. É na periferia onde me sinto mais seguro. É Na periferia onde fico bem longe dos políticos e de suas políticas públicas banguelas.
Vale relembrar que o rock citado em seu texto, entrou no Brasil pela periferia.
Uma das coisas mais sublimes que vi em toda minha vida, incluindo Arto Linday no C.B.G.B em Manhattan, foi o concerto intersemiótico do Arnaldo Antunes no centro de Taguatinga com várias crianças sentadas no chão da Praça do Relógio numa tarde de sol em janeiro.
Adeilton, se o centro é só silêncio, seqüestro e tiroteio, na periferia, a arte ainda pulsa.
seu mano paulo kauim
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