projeto ARTE EM ABERTO
1/6 (sex) L. C. VINHOLES
"Arte em Aberto": atemporística, aespacial, atemática (comentários einformações sobre atividades em música,poesia e arte)
Temos a rara oportunidade de assistir, nessa sexta, a L. C. Vinholes, um compositor e poeta gaúcho que morou em diversos lugares do mundo e, já há alguns anos, está em Brasília, embora aqui permaneça praticamente ignorado do meio artístico e cultural.
Sua experiência mais marcante no exterior deu-se, certamente, no Japão, para onde foi em 1957, levado por uma bolsa do governo daquele país. Lá residindo até meados dos anos 60, pôde organizar a Exposição de Poesia Concreta no Museu de Arte Moderna de Tóquio (1960 – a primeira do gênero no exterior) e a I Exposição Internacional de Poesia Concreta (Tóquio, 1964). (Posteriormente, organizará exposições de poesia concreta em Ottawa (1983), Toronto (1985) e Milão (1997).)
Também no Japão, travou contato com importantes músicos, artistas visuais e performáticos e poetas, entre os quais destacamos Kitasono Katsue, o patriarca da poesia de vanguarda japonesa, de quem traduzirá uma coletânea de poemas, publicada em 1983.
Entre as mais relevantes realizações artísticas de Vinholes estão, sem dúvida, a elaboração da técnica de composição Tempo-Espaço (1956) e a criação das primeiras músicas aleatórias brasileiras (1961-62).
Vale ressaltar, ainda, que Vinholes participou, como compositor ou autor convidado, de diversos encontros, nacionais e internacionais, de música e de poesia. A riqueza de sua experiência multiartística e multicultural é justamente o tema de sua palestra, conforme ele explica no recado a seguir.
Caro(a)s amigo(a)s,
Às 19h do dia 1º de junho vindouro, no auditório do sebo Sebinho, na 406 Norte, Bloco C, darei uma palestra a convite [dos sobreviventes]do Grupo Heleura, do qual se comemoram 30 anos de fundação. Na minha palestra, com duração de uma hora e meia, falarei, utilizando 115 diapositivos, sobre minhas obras em música e poesia, sobre a dos poetas que conheci e minhas atividades de divulgação da música e da poesia brasileira durante os anos que vivi no Japão, Canadá e Itália. Serão apresentadas minhas peças Tempo-Espaço VIII e IX, em gravação por músicos da Orquestra Sinfônica Nacional. Encerrando o encontro, será criada uma obra coletiva. Conto com o seu apoio e sua presença. Um abraço. L. C. Vinholes
P.S.: A entrada é franca.
Nota biográfica:
Compositor e poeta. Crítico musical dos jornais Diário Popular, Opinião Pública (Pelotas 1952-53) e Diário de S. Paulo (1956-57). Foi secretário na Escola Livre de Música da Pró-Arte e do diretor H. J. Koellreutter, com quem estudou composição e flauta.
Bolsista do governo japonês (1957-59), freqüentou o Departamento de Música da Universidade Geidai e do Palácio Imperial (Tóquio). Membro da Sociedade Internacional de Música Contemporânea (SIMC-1960). Presidente-fundador do Núcleo de Artes Cênicas-NAC (Brasília 1993). Funcionário do Ministério das Relações Exteriores (1961-2004), adido cultural e de imprensa em Tóquio e Ottawa.
Criou a técnica de composição Tempo-Espaço (1956) e os parâmetros “Instruções”, que viabilizaram as primeiras músicas aleatórias brasileiras (1961 e 1962). Obras publicadas pela UnB, Novas Metas e Shin Nippaku.
Co-fundador da Sociedade Internacional de Artes Plásticas e Audio-Visuais-ISPAA (Osaka 1962) e da Associação para Estudos das Artes-ASA (Tóquio 1964). Organizou a exposição de poesia concreta no Museu de Arte Moderna (Tóquio 1960), a primeira do gênero no exterior; na Universidade de Ottawa (1983), na Universidade de Toronto (1985) e no Instituto Brasil-Itália-IBRIT (Milão 1997). Organizou a I Exposição Internacional de Poesia Concreta, com participação dos poetas dos grupos VOU e ASA (Tóquio 1964).
Poeta-convidado do Festival da Palavra do Festival Internacional de Poesia Contemporânea de Veneza, participando da noite de inauguração, compartilhada com Umberto Eco. Autor-convidado no Festival Viva Língua-Noites de Autores com Textos Originais, em Pietra Ligure (1997) Autor-convidado do Festival Internacional de Poesia Visiva (Mantova 1998).
Tradutor da coletânea Reta da Fumaça, de Kitasono Katsué (1964), publicada na revista Através, da editora Martins Fontes (São Paulo 1983) e Bosquejos dos Quatro Ventos, da canadense Nancy Passy (1979). Publica o poema-livro (polievroma) menina só, pela Aliança Cultural Brasil-Japão e Masao Ohno Editores (1994).
Compositor convidado ao VIII e X Curso Latino-Americano de Música Contemporânea, em São João del Rei (1979), Brasil e Santo Domingo, República Dominicana (1981), do IV Encontro de Compositores e Intérpretes Latino-Americanos (Belo Horizonte 2002) e do XIV Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música-ANPPOM (Porto Alegre 1981).
Monografias e teses sobre suas composições por Mario Maia (1999), Valério Fiel da Costa (2005), Ariane Petri (1999), Maria Helena Del Pozzo (2008), Lilia de Oliveira Rosa (2008), Maria Yuka de Almeida Prado (2009) e Andersen Viana (2010).
Local: Livraria Sebinho
SCLN 406, Bloco C, L/ 44
Asa Norte – Brasília
(às 19:00 h)
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